O Comitê de Bacia Hidrográfica dos rios Macaé e das Ostras (CBH Macaé Ostras) realizou, na última sexta-feira (24), a décima edição do Fórum Água e Juventude (FAJ). O encontro aconteceu na Cidade Universitária de Macaé e reuniu estudantes, professores e representantes do Comitê, que refletiram sobre o papel das juventudes na gestão das águas e nos desafios do futuro.
A abertura foi conduzida pela presidente do CBH Macaé Ostras, Maria Inês, que apresentou aos jovens o funcionamento do Comitê e sua importância na governança das águas. Em seguida, a coordenadora da Câmara Técnica de Educação Ambiental, Comunicação e Mobilização Social (CTEACOM), Thayná Fernandes, junto com o representante do Grupo de Trabalho das Juventudes (GT Juventudes), Felipe Abreu, realizaram a leitura da Carta do IX Fórum Água e Juventude, que serviu de base para as reflexões desta edição.
Os participantes iniciaram o dia com uma dinâmica de integração, estimulando o diálogo, o reconhecimento mútuo e a troca de experiências entre os jovens.



Em seguida, a mesa redonda com o tema “10 anos das juventudes em defesa das águas e os caminhos para 2026” foi mediada pela educadora e representante da Associação Raízes no CBH Macaé Ostras, Aline Lázaro, e contou com as participações da professora e ex-coordenadora da CTEACOM, Virgínia Villas Boas Sá Rego, do engenheiro ambiental Philipe de Barros, do engenheiro florestal Tom Adnet, da ativista e ex-coordenadora de políticas públicas para a juventude do município de Macaé, Andressa Dantas, e da coordenadora da CTEACOM, Thayná Fernandes.
Durante sua fala, Virgínia Villas Boas resgatou a trajetória dos Fóruns anteriores e ressaltou a importância da retenção dos jovens presentes para além dos eventos, de modo a contribuírem com o futuro da gestão das águas. Ela também apresentou um vídeo produzido por alunos do Instituto Federal Fluminense (IFF), após o primeiro Fórum, disponível no site do Comitê.
O engenheiro Philipe de Barros compartilhou sobre a sua trajetória e destacou que “o Comitê não pode falar pela juventude, a juventude precisa ocupar seu espaço, conquistar sua voz e seus direitos”. Já Tom Adnet apresentou o programa “Águas para o Futuro”, desenvolvido com estudantes do Colégio José Martins da Costa, como um fruto da iniciativa nascida com os professores da escola e apoiada pelo CBH Macaé Ostras, voltado ao monitoramento da qualidade das águas do rio Macaé.
A ativista Andressa Dantas reforçou a importância da organização juvenil com a criação de grêmios e conselhos, defendendo sua autonomia e o fortalecimento dos espaços de escuta e participação. Já Thayná Fernandes, em sua fala, compartilhou sua trajetória até o atual cargo no Comitê e ressaltou que a luta pela água e pelo meio ambiente exige persistência e superação.
“Transformar vulnerabilidades em ações concretas é desafiador. Mas é nos espaços participativos, como conselhos e comitês, que conquistamos voz e recursos para o nosso território.”
O evento também contou com a presença e participação ativa dos membros do GT Juventudes, que deram apoio aos jovens durante toda a condução do FAJ e mediaram os grupos, no período de produção dos projetos.



Em comemoração aos 10 anos do Fórum, o CBH Macaé Ostras promoveu um Concurso de Fotografias em seu perfil na rede social Instagram. Para participar, alunos de seis escolas da Região Hidrográfica VIII submeteram imagens que expressam o olhar das juventudes sobre os rios, lagoas, mares e nascentes da região, acompanhada da resposta à pergunta: “Se a água pudesse falar hoje, o que ela diria ao nosso território?”.
O vencedor, pelo maior número de curtidas arrecadadas em sua fotografia, foi Gabriel Simões Dudjak Lima, da Escola Estadual Profª Vanilde Natalino Mattos, com a frase:
“Sou patrimônio de todos e preciso ser tratada com cuidado e responsabilidade. O que fazem comigo hoje refletirá na vida de amanhã.”
A fotografia e a mensagem de Gabriel simbolizam a sensibilidade e o compromisso das juventudes com a conservação das águas e do território.
Durante o evento, também foi realizada uma homenagem aos professores e educadores presentes, que receberam mudas de plantas como forma de agradecimento pela dedicação e papel fundamental na formação de cidadãos conscientes.
A tarde do evento foi marcada pela criatividade. Os jovens divididos em grupos, produziram 5 projetos com objetivos claros para solucionar desafios ambientais elencados pelo CBH Macaé Ostras. Na ação, as juventudes presentes aprenderam a direcionar esforços para um resultado e como medir seu alcance.
A programação contou ainda com uma mostra cultural, com apresentações do time universitário de Cheerleading da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) campus Macaé. O Grupo Black Aces compartilhou com os jovens, para além das acrobacias, como participar deste tipo de atividade na universidade, enriquecendo ainda mais o evento.
No fechamento, os jovens elaboraram a Carta da Juventude de 2025, documento que reúne propostas e reflexões sobre o futuro da gestão das águas na RH-VIII. O grupo também definiu o tema da próxima edição do Fórum, que será: “Entre a injustiça ambiental e a fome: Como o racismo ambiental afeta o acesso à água limpa, a terra e a alimentação com dignidade.”
O Fórum Água e Juventude se consolidou como um espaço de educação, sensibilização e formação de novas lideranças ambientais, fortalecendo o compromisso do CBH Macaé Ostras com a participação social e a construção coletiva de soluções para o uso sustentável das águas.


